Prólogo
| Portugal na Idade Média
| Acervo existente
| As Descobertas
| Cartografia e Náutica
Novos Mundos – Velhos Impérios
| Portugal no Ultramar
| Os Gabinetes de Curiosidades
Portugal no século XVI
| Conflitos internacionais
| A imagem do Outro
Com a chegada dos Celtas, dos Iberos, dos Fenícios, dos Gregos e Cartagíneses, assim como, mais tarde, dos Romanos, dos Mouros e Visigodos, o actual território de Portugal vivenciou, durante a Antiguidade e o início da Idade Média, uma série de invasões e influências transregionais. No século IX, ‹a Reconquista› que partira das Astúrias – a conquista cristã dos territórios da Península Ibérica sob domínio muçulmano – estende-se a Portugal. Em 868, foi ocupada, no norte do país, aquela que viria a dar o nome a Portugal, Portucale, a actual cidade do Porto. Em 1139, D. Afonso Henriques, que também tinha saído vitorioso de lutas internas e que se tornou no primeiro rei de Portugal, D. Afonso I, venceu uma importante batalha contra os mouros: a Batalha de Ourique. Em 1143, Leão e Castela e em 1179 também o Papa, reconheceram Portugal como reino independente. Foi sobretudo com a ajuda das ordens militares que a ‹Reconquista› do actual território de Portugal pôde terminar logo no século seguinte. Assim, Portugal é o país europeu, cujo território se apresenta com maior continuidade temporal. Pelo menos em termos europeus, registaram-se apenas alterações irrelevantes, desde o séc. XIII.
Em 1385, D. João, Grão-Mestre da Ordem de Avis, ciente do apoio da burguesia, evitou a anexação de Portugal a Castela, na Batalha de Aljubarrota. Como regente do reino, D. João I, acabou por assumir a coroa de uma nação cujas urbes costeiras eram um importante elo de ligação entre o Mediterrâneo e o espaço do mar do Norte, apresentando já um grande desenvolvimento económico. As empresas comerciais da Europa Central e Austral, com forte capital, também começavam a transferir o seu interesse de negócios do Mediterrâneo Oriental para a Península Ibérica.
O ataque à cidade de Ceuta, sob o reinado de D. João I, no ano de 1415, é considerado o início da política de expansão portuguesa, embora as primeiras viagens de descobertas já tivessem sido lavadas a cabo no Atlântico. Nos anos que se seguiram, foi o quinto filho de D. João I, o Infante D. Henrique, conhecido como o Navegador, quem impulsionou as viagens de Descobertas na costa ocidental africana. Do ponto de vista militar e económico, pôde contar, sobretudo, com o apoio da Ordem de Cristo, que foi criada em Portugal para suceder à Ordem dos Templários.
Retrato de D. João I
Escola flamenga, século XV
Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga, adquirido ao Kunsthistorisches Museum de Viena em 1952